Na era do excesso de informação, a chave para o sucesso do trabalho da assessoria de imprensa está na qualidade e não na quantidade. Eu explico por quê.
Vivemos em um mundo onde todos publicam sobre tudo. Diariamente, somos bombardeados por uma avalanche de informações vindas de todos os lados. Só no YouTube são publicadas mais de 400 horas de vídeos a cada minuto. Fora todo o resto: Instagram, TikTok, WhatsApp e, claro, os e-mails. Um levantamento da Microsoft mostra que perdemos quase nove horas por semana de trabalho lendo e escrevendo mensagens eletrônicas.
Ou seja, chamar a atenção dos stakeholders nos dias de hoje – incluindo jornalistas e influenciadores, alvos da sua marca, produto ou serviço – requer mais do que nunca menos volume e mais estratégia.
O cenário atual exige que os profissionais de comunicação compreendam não só o ecossistema digital e as novas formas de consumo de informação, mas também as dinâmicas atuais das redações, que estão cada vez mais enxutas e com jornalistas sobrecarregados.
Uma outra pesquisa, desta vez da plataforma global de distribuição de releases Cision PR, realizada com cerca de três mil jornalistas de 17 países, aponta que 76% deles bloqueiam contatos de assessores de imprensa que inudam suas caixas de e-mails com sugestões de pauta irrelevantes.
Esse é só mais um dado para reforçar a minha afirmação no início deste artigo: não há tempo a perder nem para um lado e nem para o outro do balcão. O papel da assessoria de imprensa hoje deve incluir um trabalho mais apurado de pesquisa, identificação de tendências e personalização das abordagens. Um release genérico e disparado em massa dificilmente terá o mesmo impacto de uma pauta personalizada, construída sob medida para um veículo ou jornalista específico.
Também é preciso que o assessor pense no timing e no ângulo da história para se alinhar à agenda midiática, garantindo relevância e aumentando as chances de publicação.
A era do disparo do release ainda existe, mas agora é apenas uma peça de um quebra-cabeça muito mais amplo, que inclui estratégia, relacionamento, storytelling e domínio das ferramentas digitais.
Para empresas e profissionais, o futuro da assessoria de imprensa é uma oportunidade de criar conexões verdadeiras, sempre guiadas pela relevância e autenticidade.
Ao meu ver, três palavras devem definir o trabalho da assessoria de imprensa nos dias atuais: inteligência, criatividade e análise.
Para finalizar, destaquei alguns princípios fundamentais para uma comunicação 360 e efetiva para a sua marca.
- Gestão de presença online: trabalhar em conjunto com equipes de marketing digital para alinhar narrativas em diferentes plataformas, como redes sociais, blogs e sites institucionais.
- Conteúdo proprietário: as marcas precisam se tornar seus próprios veículos de comunicação, produzindo artigos, vídeos, podcasts e outros formatos que ampliam sua voz e alcance.
- Influenciadores e criadores de conteúdo: o relacionamento com influenciadores digitais tornou-se uma extensão do trabalho de assessoria, especialmente em nichos específicos.
- Monitoramento e análise de resultados: ferramentas de clipping evoluíram para soluções analíticas robustas, que medem não apenas a quantidade de menções, mas também o impacto, o engajamento e o sentimento associado à marca.