Rick Garcia
Diretor comercial
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Como seguir firme no mercado sendo um profissional freelancer em um mundo que valoriza tanto os crachás?

Imagine que você precisa decidir entre dois candidatos a uma vaga com base apenas em seus perfis no LinkedIn: um totalmente marcado por empresas, cargos e cases realizados na carreira; outro com gaps de informação ou com descrições genéricas de sua atuação freelancer. Qual chamaria mais atenção positivamente? 

É, talvez para mim também.

E faz sentido. Em um mundo profissional que muitas vezes repara primeiro onde você trabalhou e qual cargo você tem, não é difícil imaginar o peso dessas informações na hora de procurar emprego. Mesmo com orientações para usar palavras-chave na descrição do perfil, é inegável que a análise “quem é você?” muitas vezes se sobrepõe às demais.

Essa prática faz parte das relações possivelmente desde que o mundo é mundo. Mas nos últimos anos ela trouxe um novo desafio na construção e consolidação das carreiras. 

A busca pela flexibilidade para ter uma vida equilibrada entre trabalho e todas as outras coisas importantes já vinha acontecendo a cada nova geração, mas com a pandemia isso cresceu exponencialmente. 

Muitas pessoas reviraram do avesso a sua relação com o trabalho - não com a atividade, mas com a lógica tradicional do deslocamento, da exclusividade, da jornada de longas horas (por vezes sem sentido para as demandas), fora as camadas tóxicas e complexas que acontecem em ambientes profissionais, mas que não vêm ao caso aqui.

O ponto é que, quando muitas pessoas se viram obrigadas a trabalhar onde quer que estivessem e perceberam que poderiam gerenciar o tempo de forma mais produtiva, uma chave virou. De repente, atuar como freelancer deixou de ser algo pontual - ou mesmo um improviso - para se tornar uma escolha intencional e permanente de vida.

Até aí, tudo bem. Mas em um mundo midiático, movido pelo engajamento e com a premissa de que quem não é visto não é lembrado, isso pode representar um problema sério no futuro.

E não estou nem falando de aposentadoria ou das questões deixadas de lado ao abdicar da vida na CLT, nada disso. Mas de portfólio, de reconhecimento, de material para, eventualmente, pleitear uma vaga, para negociar uma remuneração melhor, entre outras situações normais ao longo da carreira.

Freelancers não estão proibidos de divulgar seus trabalhos, mas não é assim tão simples como fazer um post lindo marcando o nome da firma, dos colegas, clientes ou outros parceiros. 

Ao trabalhar por projetos, demandas pontuais ou mesmo fixas, em boa parte das vezes há acordos de confidencialidade, ou relações que envolvem diversas outras pessoas e empresas distintas, ou não dá nem tempo de registrar algo e postar.

Quando a decisão de ser freelancer - ainda que mais vantajosa financeiramente - naturalmente te esconde na lógica digital da sociedade, como continuar competitivo no mercado? Como marcar no mundo (do LinkedIn pelo menos), que você segue sendo um profissional atuante, e que está aprendendo, evoluindo, realizando grandes projetos?

Conversando sobre isso com outros colegas de profissão - freelancers ou não -, surgiram algumas dicas. Cito três abaixo:

1 - Compartilhe experiências, mesmo que não possa identificar o cliente ou contratante. Você pode contar qual era o desafio, qual a solução encontrada ou quais os aprendizados, por exemplo. Mas mostre que você ajudou nessa construção, que de alguma forma o seu trabalho fez parte dessa jornada.

2 - Celebre as oportunidades com posts de registro e, se possível, de agradecimento. Fechou trabalho pontual de apenas um dia? Comemore. Uma semana? Comemore. Contrato de um ano? Comemore. E muito. 

3 - Comente as dores também. Perdeu um trabalho “garantido” e precisa voltar para a prospecção? Divida os percalços com sua rede. Todo mundo passa por imprevistos. Dá para aprender muito nessas situações, ouvir bons conselhos e até fazer boas conexões.

E você, trabalha ou trabalhou como freelancer? Já se preocupou com a forma que o mercado te vê hoje ou no futuro? Tem outras dicas? Compartilhe com a gente no Instagram

AUTOR DO TEXTO:
Jéssica Oliveira
Assessora de imprensa | Jornalista
Jéssica é jornalista com experiência em produção de conteúdo em redações, projetos multiplataformas e mercado corporativo.

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