Se você não faz parte da Gen Z e da Alpha, provavelmente conhece pelo menos um dos artistas que participaram da histórica gravação da música “We Are The World”, em 28 de janeiro de 1985. Talvez conheça todos os astros e já tenha visto o clipe incontáveis vezes. De todo modo, recomendo que assista o documentário “A noite que mudou o pop”. Está na Netflix e vale cada segundo.
O doc conta os bastidores da noite que uniu sob o mesmo teto artistas como Michael Jackson, Lionel Richie, Stevie Wonder, Ray Charles, Bruce Springsteen, Diana Ross, Tina Turner, Cyndi Lauper, Steve Perry, Paul Simon, Kenny Rogers, Willie Nelson, Kenny Loggins, Bob Dylan e outras dezenas de músicos.
Supondo que você entenda a influência deles na música, e agora pensando em você, no seu mercado de atuação, sua experiência e diferencial, quem a sua empresa seria naquele lendário estúdio?
Será que ela ao menos estaria ali?
Pergunto por alguns motivos: primeiro, muitos artistas convidados não puderam e/ou não quiseram estar ali; segundo, alguns deles foram chamados principalmente por conhecerem as pessoas certas ou estarem na cidade naquele momento, e toparam cientes de que o convite tinha sim a ver com talento, mas também com muita sorte; terceiro, porque houve quem quase desistisse em cima da hora por não achar que traria um resultado tão bom; quarto, porque teve ainda quem estava longe e participar seria exaustivo e estressante, mas foi mesmo assim. E por último, mas principalmente, porque todos precisaram deixar algo gigante do lado de fora do estúdio: o ego.
“Check your ego at the door”
A placa escrita pela produção e fixada na entrada no estúdio era clara. Todos, de maior ou menor grandeza no cenário musical, estavam ali com o propósito de emprestar sua imagem e seu tempo voluntariamente a uma causa superior a eles.
Sem dar spoilers, vale dizer que organizar a energia caótica de tanta criatividade junta não foi fácil e o doc deixa perceptível alguns incômodos e comparações. O ponto é que no fim do dia (da noite, no caso), todos fizeram o sonho de qualquer PR acontecer: realizaram algo histórico, único sob diversos ângulos, cheio de personalidade, com personagens altamente conhecidos e potencial de impacto global.
Pergunto novamente: a sua empresa faria parte de um momento assim?
Independentemente do tamanho que o seu empreendimento tem hoje, imagine quantas oportunidades de agregar valor à sua imagem você perde, seja por achar que não precisa disso, por não querer dividir espaço com concorrentes, não estar disposto a correr riscos ou mesmo não aceitar mudar uma rotina.
Nos negócios, essas oportunidades podem aparecer de diferentes jeitos. Pode ser visitar um evento na sua cidade ou longe dela - mesmo que você não seja palestrante ou expositor; investir em um curso que permita ampliar seu networking e até te aproximar dos seus ídolos no mercado (quem sabe estar lado a lado com quem lidera seu segmento e que te inspirou a empreender); participar de projetos mesmo que você não esteja em posição de destaque; etc.
Veja bem, não é dizer sim pra tudo e rasgar dinheiro correndo para todos os lados, mas estar aberto a possibilidades que gerem conteúdo e valor agregado à sua empresa. Nesse sentido, recomendo contar com a expertise de uma agência para mapear oportunidades e direcionar estrategicamente, visando a sua reputação.
Não sei se todos ali estavam genuinamente focados no projeto, mas acredito que quem teve chance e recusou, se arrependeu. Aqui estamos, quase 40 anos ainda contando e descobrindo histórias sobre aquela noite.