Não é novidade para ninguém que a internet facilita a comunicação, o acesso à informação e permite que o mundo esteja cada vez mais globalizado.
Mas, se por um lado a tecnologia nos dá acesso a uma quantidade quase infinita de informações de forma rápida e conveniente, e a chance de nos educarmos sobre qualquer assunto com facilidade e a qualquer momento, por outro, a facilidade e o excesso de informações também podem ter efeitos negativos, diminuindo a nossa capacidade de reflexão e de pensamento crítico.
Em seu livro “A geração superficial: o que a internet está fazendo com os nossos cérebros", Nichollas Carr traz exatamente essa análise, mostrando como, em geral, as pessoas vêm sendo privadas da capacidade de raciocínio aprofundado. A natureza instantânea da internet combinada ao grande volume de informações disponíveis, pode levar as pessoas a se contentarem com respostas superficiais e a não se aprofundarem em questões complexas.
Além disso, o fato de que as plataformas online nos permitem personalizar aquilo que vemos e os conteúdos que consumimos pode limitar a exposição a pontos de vista diferentes e desafiadores, restringindo ainda mais nossa capacidade de reflexão e análise crítica.
Diante disso, precisamos nos perguntar: qual é o “estrago” que este cenário - repleto de atalhos e que nos faz viver em bolhas sociais - causa em profissões como a do jornalista?
Eu sou de uma época pré-internet em que aprendíamos a apurar notícias “na unha”. Isso quer dizer: com entrevistas e investigação minuciosa. Ainda na faculdade, precisávamos e éramos instigados a buscar fontes confiáveis. Dias, semanas e até meses buscando informações para uma única matéria. Além disso, a gente tinha que ouvir todos os lados envolvidos - e a imparcialidade, por mais utópica que pudesse ser, era sempre almejada.
Além, é claro, de aprender desde sempre a fazer e a valorizar as “tarefas de estagiário”, como ronda e rádio-escuta. Nem sei dizer quantas horas do meu dia eram destinadas a ligar para Instituto Médico Legal (IML), polícias Civil e Militar e mais uma longa lista de locais apenas para dizer: “Olá, tudo bem? Eu sou a Guta, do veículo X, estou ligando para saber se aconteceu alguma coisa nesta madrugada”. E aí a gente começava, também, a apurar o faro e entender o que, de fato, era notícia e o que não.
“E agora, José?”. Sem dúvida, a vida ficou mais fácil com o acesso ilimitado a muitas informações em questão de segundos. Mas aí vem um grande problema: a apuração, a checagem dos fatos e a exaustiva tarefa de ouvir todos os lados tendem a se perder. Afinal, sempre estamos lendo versões ditas pela fonte e, dificilmente, chegamos, de fato, à fonte da notícia, levando a um sem fim de notícias falsas, imprecisas ou superficiais.
Essa sistemática aplica-se ao exercício do Jornalismo mas não apenas a isso. Afinal, quem é que, em nível de graduação, se debruça sobre livros para pesquisar sobre algo hoje em dia? Na minha experiência, as pessoas têm dificuldades, inclusive, de ler um e-mail com calma e profundidade. Quem dirá, então, pesquisar, entrevistar e apurar informação, né?
Por aqui, ainda acreditamos no poder de uma boa leitura, na interpretação de texto e no critério na hora de produzir conteúdos - seja um texto aprofundado de assessoria de imprensa ou um texto mais simples para as redes sociais. Apuração é a chave de tudo. Por isso, aqui na MAVERICK 360, investimos em profissionais experientes e especialistas nas áreas em que atuam. E nunca subestimamos o poder de uma boa revisão de textos.
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