A psicologia das cores é um campo de estudo que analisa como as cores influenciam as emoções, os sentimentos e os comportamentos humanos. A observação da dinâmica das cores é milenar, tendo Aristóteles como seu primeiro teórico relevante. Para o filósofo grego, todas as cores vinham do branco e do preto (claridade e escuridão), e estavam relacionadas aos quatro elementos: água, ar, terra e fogo.
Mais de 2 mil anos se passaram até que o inglês Isaac Newton apresentou suas hipóteses. Na década de 1660, o físico realizou uma série de experimentos com luz solar e prismas, demonstrando que a luz branca clara era composta de sete cores visíveis. As hipóteses do famoso Arco-íris de Newton foram fundamentais para o desenvolvimento do sistema de cores RGB (Red, Green e Blue), presente nos televisores (Fonte: PUC-SP).
Mais de um século depois, um dos críticos mais proeminentes da teoria de Isaac Newton se destacou com a Teoria das Cores, tornando-se o precursor dos estudos da psicologia das cores: Johann Wolfgang von Goethe. No livro “Doutrina das Cores”, de 1810, Goethe demonstrou os aspectos subjetivos das cores onde a teoria de Newton não chegou.
Para o filósofo alemão, cada cor possui um efeito específico sobre a percepção e a experiência de cada indivíduo, sendo capaz de impactar emoções e evocar diferentes estados psicológicos. Seus estudos reverberam ao longo dos séculos e podem ser percebidos em grandes obras sobre o tema atualmente, como o livro escrito em 2002 pela cientista social alemã Eva Heller, “A Psicologia das Cores: como as cores afetam a emoção e a razão”.
De acordo com Heller, os indivíduos não se relacionam com as cores somente por uma questão de gosto, mas sim porque elas transmitem mensagens. Essa percepção surgiu após uma pesquisa com 2 mil pessoas de diversas profissões. Ao todo, Heller identificou 160 sentimentos e características associados a diferentes cores, revelando sentimentos universais, formas de comunicação e expressão bem delimitadas por cada cor.
A compreensão da psicologia das cores é essencial para diversas áreas da comunicação, permitindo que especialistas de diversas áreas, como design e branding, consigam transmitir os valores das marcas e criar conexões emocionais legítimas com seus públicos.
Neste artigo, iremos aprofundar um pouco mais nesse universo das cores. Veja a seguir:
- Afinal, o que é a psicologia das cores?
- Importância da psicologia das cores
- Significados e efeitos das principais cores
- Aplicações práticas no marketing e branding
- Como a MAVERICK 360 utiliza a psicologia das cores
- Benefícios do uso estratégico das cores
- Perguntas frequentes sobre psicologia das cores
Afinal, o que é a psicologia das cores?
A psicologia das cores é o estudo dos efeitos psicológicos das cores no comportamento humano. Essa área, aplicada à publicidade, investiga como diferentes tonalidades podem provocar reações específicas, influenciando decisões de compra, percepção de marcas e interação com produtos.
Por essa perspectiva, podemos afirmar que nosso cérebro é capaz de identificar uma cor e transformá-la numa sensação ou sentimento. Isso faz com que as técnicas de persuasão alcancem maior êxito narrativo.
Pela psicologia das cores, podemos alcançar sentimentos universais que interferem nas escolhas e desejos dos indivíduos. Apesar de experiências particulares terem o poder de ressignificá-las – como traumas e eventos que se associam a determinadas cores em momentos específicos – no quadro geral, as cores são associadas coletivamente, como vemos nos estudos de Eva Heller.
Hoje, o uso da psicologia das cores no marketing é essencial para criar campanhas, definir identidades visuais marcantes e estabelecer um relacionamento emocional com os consumidores.
Importância da psicologia das cores
A escolha correta das cores impacta diretamente o reconhecimento e a memorização de uma marca, influenciando em decisões de compra e na experiência do cliente.
Há quase 400 anos aprendemos com Isaac Newton que a soma das cores primárias – vermelho, azul e o verde – gera diferentes cores, algumas que nem mesmo estão no espectro solar, como o marrom. Foi com essa base que avançamos em conhecimento para chegarmos a diferentes matizes e tonalidades, as quais nos permitiram gerar associações variadas, transmitir sensações como confiança, segurança, urgência ou tranquilidade.
Contudo, para chegar à mensagem adequada, junto à psicologia das cores é necessário considerar que a percepção pode variar conforme idade, contexto cultural e experiências individuais. Por isso, em um projeto de branding, por exemplo, a etapa de Discovery é fundamental. É por meio dela que os especialistas podem fazer uma profunda imersão no negócio e conhecer melhor todas as pessoas envolvidas com a marca, dos que trabalham na empresa ao público-alvo. Com todos os dados em mãos, é possível fazer uma análise mais sólida para aplicar corretamente a psicologia das cores.
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Significados e efeitos das principais cores
A franquia “Divertida Mente”, da Disney, é um dos melhores exemplos para avaliarmos como as cores são utilizadas para representar emoções e aprofundar a narrativa visual. Neste caso, as cores são mais do que uma escolha estética, elas precisam comunicar perfeitamente a narrativa dos sentimentos de Riley. Por isso, cada emoção possui uma cor:
- Alegria: amarelo
- Tristeza: azul
- Nojo: verde
- Medo: lilás
- Inveja: verde água
- Ansiedade: laranja
- Tédio: roxo
- Vergonha: rosa
Veja como a Identidade visual e o logotipo são ativos importantes para a sua marca.
O impacto das cores no cinema e na publicidade também são determinantes na aceitação dos consumidores, pois ajudam a criar identidade e gerar sentimentos no público, positivos ou negativos. Quando avaliamos a transição do jogo de cores do fenômeno brasileiro “Ainda Estou Aqui”, protagonizado por Fernanda Torres, por exemplo, vemos cenas em cores quentes, fortes e vívidas sendo substituídas por ambientes escuros, em casa ou na prisão, fazendo o espectador se ver envolvido por uma narrativa mais sombria, dominada por cores frias.
A colorização tem o poder de transformar narrativas. Por isso, compreender os significados universais das cores é um princípio básico na comunicação visual. Vejamos algumas aplicações a seguir.
- Amarelo: simboliza otimismo e acolhimento, mas também pode estimular o apetite quando combinado com vermelho;
- Azul: transmite criatividade, confiança e sensação de sucesso;
- Branco: evoca pureza, frescor e competência;
- Cinza: representa responsabilidade, conhecimento e profissionalismo;
- Laranja: cor energética que estimula criatividade e diversão;
- Marrom: associado à estabilidade e natureza, comum em produtos orgânicos e marcas do agronegócio;
- Preto: transmite sofisticação, profundidade e seriedade;
- Rosa: tons suaves simbolizam delicadeza e romantismo, enquanto em tons fortes indicam modernidade;
- Roxo/Violeta: transmite mistério, autenticidade e espiritualidade;
- Verde: simboliza equilíbrio, harmonia e saúde;
- Vermelho: cor da paixão e da fome, usada para criar senso de urgência.
Aplicações práticas no marketing e branding
Como vimos até aqui, as marcas utilizam as cores estrategicamente para transmitir mensagens e gerar conexão emocional com o público. Apesar das muitas possibilidades, alguns buscam se destacar com ideias não convencionais, o famoso “pensar fora da caixa”.
Nubank
A identidade visual do Nubank mostra como é possível inovar em um setor onde a cor associada ao produto é quase um imperativo. No caso do mercado financeiro, por exemplo, as cores usuais são o laranja (Itaú e Inter), o vermelho (Bradesco e Santander) e o azul (BB, CAIXA e Citi). O banco digital mais popular do Brasil, contudo, optou pela cor roxa.
Ao fazer isso, o Nubank se colocou estrategicamente no mercado como um banco autêntico e disruptivo. A quebra no padrão reforçou a ideia de modernidade, de um banco totalmente digital, onde o usuário não precisaria mais passar horas em filas para fazer seus serviços bancários. O sucesso do “roxinho” foi tão expressivo que a maioria das pessoas, diante de um cartão roxo, sem qualquer logotipo, o identificaria como pertencente ao Nubank.
Itaú
O Itaú Unibanco também fez uma aposta ousada ao abandonar o fundo azul em sua logomarca. Em dezembro de 2023, prestes a comemorar 100 anos de existência, a empresa apresentou sua nova identidade visual, deixando para trás uma identidade visual usada desde 1973.
A troca do fundo azul pelo laranja foi uma forma de transmitir uma marca quente, jovem e moderna, enquanto as bordas mais arredondadas trazem a solidez de uma pedra. Juntas, as mudanças buscaram destacar a brasilidade do banco, “cheio de cores e curvas como o Brasil”, conforme publicado nas redes sociais do banco.
Burger King
Como bem analisou o sócio-diretor da MAVERICK 360, Rick Garcia, o Burger King é um case de sucesso em rebranding. Após 20 anos com a mesma comunicação visual, a rede de fast-food entrou de vez na disputa com o poderoso McDonald’s ao modernizar seu logotipo e dialogar de forma mais precisa com o público jovem.
Analisando pela perspectiva das cores, o BK apostou em novas tonalidades. O vermelho, que sempre destacou o nome da marca e remeteu ao volume do recheio do hambúrguer, aproximou-se da ideia de uma comida grelhada e saborosa, enquanto o laranja trouxe o dinamismo próprio de um fast-food. A diminuição dos tons foi importante para passar a mensagem de “uma versão minimalista que demonstrasse a evolução da rede, preservando suas heranças”, conforme comunicado do BK.
Nike, Under Armour, Puma e Adidas
Muitas marcas esportivas apostam na cor preta por transmitir segurança, sofisticação e força. Por ser uma cor forte, que chama muita atenção, o preto é usado sem complementos de outras cores, como faz a Nike, a Under Armour, a Puma e a Adidas. As variações costumam acontecer nos produtos quando são edições limitadas, destinados a datas comemorativas, homenagens, entre outros.
Como a MAVERICK 360 utiliza a psicologia das cores
A MAVERICK 360 emprega a psicologia das cores em todas as suas estratégias de branding, pois entende que ela é um pilar na criação de campanhas e marcas criativas e impactantes.
Com essa abordagem, uma das principais nos estudos da semiótica visual, nossos especialistas não ficam limitados apenas à estética, pois estão sempre atentos à relação entre imagens e conceitos.
Entendemos que é imprescindível compreender os significados que as cores podem dar aos outros elementos da marca, como formas, tipografia, símbolos e o próprio nome.
As cores influenciam o comportamento do consumidor. Por isso, usar uma paleta cromática estratégica e amparada por uma avaliação multidisciplinar também faz parte da metodologia da MAVERICK 360, com foco em transmitir a proposta de cada empresa.
Em um mercado saturado de logomarcas feitas por programas automatizados, apostamos em identidades visuais bem definidas, com cores atraentes e que fortaleçam a lembrança e o reconhecimento da empresa.
Veja alguns serviços onde utilizamos a psicologia das cores para potencializar o seu negócio:
Marketing digital
Escolhas estratégicas garantem uma presença digital marcante, transmitem credibilidade e atraem a atenção do público.
Redes sociais
Local onde uma paleta cromática bem definida fortalece a identificação da marca, criando um padrão visual coeso.
Websites
Projetados com cores que impactam a experiência do usuário, contribuindo para uma navegabilidade intuitiva e reforçando a mensagem da empresa.
E-commerce
Onde a psicologia das cores é utilizada para influenciar o comportamento do consumidor, estimulando emoções e facilitando o processo de compra.
Benefícios do uso estratégico das cores
O uso consciente das cores traz diversas vantagens, como:
- Melhor engajamento: cores adequadas captam a atenção e incentivam a interação do público;
- Fortalecimento da identidade visual: cria uma conexão emocional entre a marca e os consumidores;
- Diferenciação no mercado: ajuda a destacar a marca em meio à concorrência.
A psicologia das cores é um recurso poderoso para influenciar percepções e tomadas de decisão. No marketing e branding, compreender o impacto das cores é essencial para criar experiências memoráveis e fortalecer a identidade do seu negócio.